segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Mulher morre nove dias após o parto e marido suspeita de erro médico

O que era para ser um momento de alegria virou pesadelo na vida de Airton Silva Leitão. A mulher dele morreu no dia 22 de julho, cerca de nove dias após dar à luz ao filho João Lucas Lima, de parto cesariano. A mulher teve uma hemorragia e o marido suspeita de erro médico durante a cirurgia, realizada na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, no dia 13 de julho.
Silva explica que a mulher, Maria Renata Queiroz de Lima, de 28 anos, recebeu alta quatro dias após o parto, mas depois de cinco dias em casa começou a sentir dores e teve uma hemorragia. Ele acredita que a hemorragia foi causada porque resquícios do parto foram deixados no corpo da vítima. A Secretaria de Saúde disse que a morte está sendo investigada.
O casal voltou a procurar a maternidade e uma nova limpeza foi feita, mas a hemorragia não foi controlada e ela foi encaminhada para o Hospital de Urgência de Rio Branco (Huerb).
"Deram medicamento e esperamos para ir para o centro cirúrgico enquanto ela perdia sangue, passou quase umas 5h. Abriram ela de novo, fizeram uma limpeza e tentaram estancar o sangue, mas não conseguiram. Transferiram ela para o Pronto-Socorro", relata o marido.
A vítima chegou em estado grave ao Huerb e não resistiu. O marido reclama que não recebeu nenhuma justificativa oficial sobre a morte, apenas por comentários de funcionários.
"Disseram que foi resto de parto, que tinha que fazer uma limpeza e não fizeram corretamente. Vou entrar com uma ação contra a maternidade e vamos fazer um protesto sexta-feira, pelo tanto de problema que acontece nessa maternidade", reclama Airton.
Sesacre diz que paciente foi atendida em ‘tempo hábil’
Em nota ao G1, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que a morte está sendo investigada em conjunto com o Hospital de Urgência e Emergência e caso seja comprovada negligência médica tomará as providências necessárias.
Ainda segundo a nota da Sesacre, a vítima foi atendida em tempo hábil e recebeu todos os atendimentos necessários. "A paciente saiu da maternidade lúcida, mas apresentava um quadro de dificuldade de coagulação sanguínea, o que agravou seu estado de saúde", explica a nota.
Bebê perdeu a mãe dias após o parto Acre (Foto: Arquivo Pessoal)Bebê perdeu a mãe dias após o parto Acre (Foto: Arquivo Pessoal)
Pai pede doações
Passando por dificuldades financeiras, Airton Silva sustentava a família fazendo trabalhos temporários em serviços gerais. Mas, após a morte da mulher, tem que cuidar do bebê e de outras duas crianças de 2 e 6 anos. Ele vive com a família no bairro Preventório e pede doações.
"Se com trabalho é difícil, imagine sem trabalhar. Tudo ajuda, seja fralda descartável e o leite", pede o autônomo. Airton pode ser encontrado pelo telefone (68) 99999-3154.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Bebê morre após passar três vezes por PS e família acusa erro médico

A família de um bebê de 11 meses acusa dois pediatras da Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) da Vila Virginia, na zona leste de Ribeirão Preto (SP), de erro médico. Segundo a mãe, Enzo Araújo de Souza morreu em abril após passar por três atendimentos no local e ter recebido como diagnóstico dor por causa do nascimento dos dentes.
O laudo da morte aponta que Enzo sofreu choque cardiogênico e miocardite aguda, que provocaram nove paradas cardíacas. Um boletim de ocorrência foi registrado nesta sexta-feira (13).
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o bebê recebeu atendimento de profissionais experientes e foi medicado conforme o quadro clínico apresentado, inicialmente não considerado grave. No entanto, as causas da morte serão apuradas.
Atendimento pediátrico
A mãe da criança, a dona de casa Ronalda Araújo Costa, diz que Enzo começou a passar mal na manhã do dia 23 de abril, e apresentava sintomas como coração acelerado e prostração. O menino foi levado ao pronto-socorro e examinado por um pediatra. “Ele [médico] disse que provavelmente eram só os dentinhos mesmo, porque estava inchada a gengiva e estava machucando ele [bebê]. Passou o paracetamol e o soro fisiológico para por no nariz”, afirma.
Segundo Ronalda, o filho recebeu a medicação em casa conforme a orientação médica, mas não houve melhora no quadro. À noite, ela decidiu levar Enzo de volta ao pronto-socorro, onde outro pediatra a atendeu e reforçou o diagnóstico anterior.
“Eu falei que ele estava passando mal e gritando. Ele passava a mão no ouvidinho o tempo todo. O médico examinou e eu falei que o coração estava muito acelerado. Ele [médico] falou que estava agitado mesmo porque ele estava com muita dor”, diz a mãe.
De acordo com a dona de casa, o médico receitou um antibiótico e remédios para dor e febre, mas o quadro se agravou no dia seguinte e Enzo desmaiou nos braços do pai. O menino foi levado mais uma vez ao pronto-socorro da Vila Virginia e, segundo a mãe, sofreu a primeira parada cardíaca.
Bebê de 11 meses morreu após sofrer nove paradas cardíacas em Ribeirão Preto, SP (Foto: Reprodução/EPTV)Bebê de 11 meses morreu após sofrer nove paradas cardíacas em Ribeirão  (Foto: Reprodução/EPTV)
Complicações e morte
O bebê foi encaminhado à Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC-UE), onde sofreu nove paradas cardíacas e não resistiu. De acordo com a mãe, os médicos afirmaram que Enzo contraiu uma virose que comprometeu o coração. “Como não foi detectado antes [a virose], atingiu rápido e o coração dele inchou demais. Passou do limite e não bombeava mais sangue”, explica a mãe.
Ronalda procurou a Polícia Civil após a morte do filho para registrar um boletim de ocorrência, mas teria sido desaconselhada a fazer o documento por um policial, que considerou os  procedimentos dos médicos adequados.
Nesta sexta-feira, a família voltou à delegacia acompanhada de uma advogada e registrou o boletim de ocorrência.
“Eu quero que seja investigado para saber o que aconteceu com meu filho, porque é uma dor que só Deus mesmo para ter pena da gente. A gente quer descobrir o que aconteceu com ele de verdade, saber se foi alguma coisa que não foi examinado direito”, diz Ronalda.
Para a advogada Marilia Teixeira Dias, há indícios de erro médico. “Se os procedimentos tivessem sido feitos da forma correta no primeiro momento que ela procurou o posto da Vila Virginia, de repente a criança teria chance de ter se recuperado, estar aí com a mãe nesse momento.”
A defensora também questionou a posição do policial de plantão, que teria dificultado o registro da ocorrência. “Acho que não cabe ao servidor que está ali registrando fazer um julgamento de mérito do que aconteceu. Existem autoridades competentes para isso.”
Procurada, a Polícia Civil informou que cabe ao delegado decidir se registra um boletim de ocorrência, mas não esclareceu se o policial que atendeu a família de Enzo na primeira vez era ou não delegado.

Fonte : G1

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Com recorde de inscritos, Revalida reprova 57% dos médicos

Cinquenta e sete por cento dos médicos que prestaram o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida)  foram reprovados, de acordo com dados do Ministério da Educação (MEC). O Revalida é obrigatório para quem cursou medicina fora do Brasil, inclusive brasileiros, e deseja atuar como médico no país.
Em 2015, 1.683 médicos foram aprovados no revalida - o que representa 42% dos inscritos. Ao todo, 54,7% desse total é de brasileiros que se formaram em medicina em outro país.

O exame foi criado em 2011 com o objetivo de unificar o processo de revalidação em consonância com as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina. Antes do Revalida, cada instituição de ensino superior estabelecia os processos de análise seguindo a legislação.
Enquanto o médico não for aprovado e não obtiver a revalidação do diploma pelas instituições do ensino público, ele fica impedido de atuar no país. O índice de aprovação na prova, em 2014, foi de mais de 30%. Se um médico for reprovado no Revalida, ele pode se inscrever para fazer o exame do ano seguinte.

De acordo com o MEC, os países que apresentaram o maior número de inscritos foram Brasil (2.349), Bolívia (771), Colômbia (248), Cuba (183), Venezuela (142), Peru (133) e Argentina (109).
Quanto à origem do diploma, após a Bolívia (com 2.168 inscritos de diferentes nacionalidades), aparecem Cuba (877), Colômbia (231), Paraguai (215), Argentina (214) e Venezuela (212).
Em relação ao ano anteror, houve mais quase o dobro de inscritos. Em 2014, foram 2.157 candidatos.
ETAPAS DA REVALIDAÇÃO
A prova da primeira etapa é composta de uma prova objetiva com 110 questões e de uma discursiva com 5 questões. A taxa de inscrição para esta etapa foi de R$ 100.
A prova objetiva é aplicada pela manhã, das 8h às 13h. À tarde, das 15h às 18h (horário de Brasília), os participantes fazem a prova discursiva. Caso o candidato seja aprovado na primeira fase, ele deve pagar mais uma taxa, desta vez de R$ 300, para efetuar sua inscrição na segunda etapa do certame, quando os participantes são submetidos a 10 testes práticos de habilidades clínicas.
Fonte: G1

Aluno reprovado em novo exame não fará residência médica, diz MEC

Aluno reprovado em novo exame não fará residência médica, diz MEC

MEC prevê realizar em agosto o 1º exame nacional dos alunos de medicina.
No 2º e 4º ano, nota será monitorada. No 6º, reprovação trava diploma.

Gabriel LuizDo G1, DF
O ministro da educação, Aloizio Mercadante, em anúncio do exame nacional de alunos de medicina (Foto: Gabriel Luiza/ G1)O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em anúncio do exame nacional de alunos de medicina (Foto: Gabriel Luiz/ G1)
O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta sexta-feira (1º) que prevê realizar em agosto o primeiro exame nacional dos alunos de medicina no Brasil. O objetivo é realizar o monitoramento progressivo da qualidade desse ensino no país. A cada dois anos, graduandos do segundo, quarto e sexto anos serão obrigados a fazer a prova, batizada de Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem). A ideia é que o exame ocorra semestralmente.
A avaliação nacional a cada dois anos já havia sido anunciada em agosto de 2015 pelo então ministro Renato Janine Ribeiro. A criação do exame foi proposta pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2014, como parte das alterações nas diretrizes curriculares de medicina.

Segundo o ministro Alozio Mercadante, as provas serão exigidas como critério para que o aluno possa se formar e será “condição essencial para entrada na residência médica”. “A cada dois anos vamos ter avaliação do progresso do aluno e das instituições”, disse. “Será um exame condicionante à sua formação, uma avaliação muito mais completa.”

De acordo com o ministro Aloizio Mercadante, no segundo e quarto ano, a prova será feita em modalidade semelhante a dos treineiros, na qual as notas serão apenas acompanhadas e servirão para o aluno verificar o próprio desempenho.

A última prova terá caráter eliminatório: o estudante que tiver resultado abaixo da nota de corte terá de refazer a prova por ser um exame criado para avaliar “condições mínimas e essenciais para se formar”. A reprovação vai significar veto ao diploma e impossibilidade de entrada na residência médica.
“A definição da nota de corte é feita por um painel de especialistas a cada prova”, disse o representante da subcomissão do Revalida, Henry Campos. “Durante dois dias eles se debruçam tanto sobre a prova escrita quanto sobre a prova de avaliação de habilidades, estabelecendo qual seria o percentual de acerto esperado para um aluno considerado médio.”
Estudantes que ingressaram na universidade em 2015 serão os primeiros a realizar o exame. O número corresponde a cerca de 20 mil estudantes.
Revalida
A Anasem será feita nos “mesmos padrões” aplicados no Revalida -- obrigatório para quem cursou medicina fora do Brasil, inclusive brasileiros, e deseja atuar como médico no país.
O exame foi criado em 2011 com o objetivo de unificar o processo de revalidação em consonância com as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina. Antes do Revalida, cada instituição de ensino superior estabelecia os processos de análise seguindo a legislação.
Enquanto o médico não for aprovado e não obtiver a revalidação do diploma pelas instituições do ensino público, ele fica impedido de atuar no país. O índice de aprovação na prova, em 2014, foi de mais de 30%. Se um médico for reprovado no Revalida, ele pode se inscrever para fazer o exame do ano seguinte.
Em 2015, 1.683 médicos foram aprovados no revalida -- o que representa 50,3% dos inscritos. Ao todo, 54,7% desse total é de brasileiros que se formaram em medicina em outro país.
Contingenciamento
Na semana passada, o Ministério do Planejamento anunciou bloqueio extra de R$ 21,2 bilhões em gastos no orçamento. Nesta semana, o governo anunciou que o Ministério da Educação teve limite de empenho para gastos discricionários (excluindo o PAC e as despesas obrigatórias) diminuído em R$ 4,27 bilhões para todo este ano.
Segundo Mercadante, não se trata de corte, e sim de um “contingenciamento”. “Neste momento de queda de receita pública, é fundamenteal que o Congresso se debruce sobre educação e busque reverter esse contingenciamento. Se não tivermos nova fonte de receita, o que resta é o corte. E o corte prejudica a expansão e a qualidade da educação.”
Em nota divulgada nesta sexta, o MEC pede que parlamentares tomem “medidas urgentes e corajosas em defesa do financiamento da Educação”. “Temos a convicção de que neste momento delicado da economia e da política nacional, a educação tem que ser protegida para continuar avançando”. A pasta também garantiu fazer “mais com menos” e que analisa o cenário econômico atual.
fonte G1

Técnica de enfermagem é presa após erro de medicação e morte de idoso

Uma técnica de enfermagem de 31 anos foi presa na madrugada desta segunda (11) após errar a aplicação de um medicamento em um paciente de 87 anos na Santa Casa deCaraguatatuba. O erro teria causado a morte de Ivo Assine, que estava internado há dez dias com pneumonia.

A profissional vai responder por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Foi estipulada fiança de R$ 5,2 mil, que não havia sido paga até a publicação desta reportagem.
Técnica de enfermagem é presa após erro de medicação e morte de idoso (Foto: Arquivo Pessoal)
O caso aconteceu durante a madrugada, quando a mulher deveria trocar o soro e aplicar óleo mineral pelas vias nasais do paciente. Durante o procedimento, ela errou a aplicação e acabou introduzindo o óleo de forma intravenosa.
Após a medicação, o idoso teve uma parada cardíaca e não resistiu. A polícia foi acionada e a mulher foi presa. Segundo a Polícia Civil, a vítima estava internada em estado grave há dez dias para o tratamento de uma pneumonia.

Em depoimento à polícia, a profissional alega que errou o procedimento, mas que teria parado a aplicação a tempo e que essa não teria sido a causa da morte. "Ela confessou que fez a medicação de forma errada. Apesar disso, o corpo vai passar pela perícia no IML para verificar se a troca foi realmente a causa da morte", afimou o delegado Marcelo Abreu Magalhães.

Segundo o hospital, a mulher trabalhava há 20 dias na unidade médica. Por meio de nota, o hospital "lamentou o ocorrido e informou que tomará todas as medidas necessárias para apurar o fato que foi comunicado às autoridades policiais para averiguação”. Um defensor público deve ser nomeado ainda nesta segunda para a fazer a defesa da técnica de enfermagem. A mulher está presa na delegacia de Caraguatatuba.

Fonte G1

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

1ª Manifestação contra os erros dos profissionais da saúde


Erros de recém-formados em casos médicos básicos preocupam Cremesp

O exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) de 2015, que registrou 48,13% de reprovação entre os participantes, revelou elevado nível de desconhecimento dos recém-formados em medicina em procedimentos considerados básicos.
A prova com 120 questões de múltipla escolha obteve índices de erro entre 60% e 78% em problemas como insuficiência renal crônica, hipertensão arterial e asma brônquica.
Os equívocos estão diretamente associados a falhas nas práticas de ensino e ao excesso de faculdades de medicina abertas no Estado, afirma o conselheiro corregedor Eduardo Luiz Bin, de Ribeirão Preto (SP) - cidade em que duas das três faculdades com alunos participantes na prova - USP e Unaerp - tiveram média de acertos igual ou acima de 60%.
"Isso mostra que muitas das escolas ainda não estão com uma grade curricular à altura para formar esses alunos, porque é o básico da medicina", afirma Bin.
Erros básicos
O exame aplicado entre 2.726 alunos egressos de 30 cursos de medicina do Estado consistiu de 120 questões de múltipla escolha sobre clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia, obstetrícia, saúde pública, saúde mental, bioética e ciências básicas.
Nos testes, 78% dos médicos não acertaram quando questionados sobre a manifestação laboratorial para insuficiência renal crônica. Também se destacaram números dos que não souberam identificar características de esquizofrenia - 73% -, transtorno bipolar - 72% -, asma brônquica em crianças - 64% - e tratamento do infarto agudo do miocárdio - 63%.
muitas das escolas ainda não estão com uma grade curricular à altura para formar esses alunos"
Eduardo Luiz Bin,
conselheiro corregedor do Cremesp
Houve ainda índices preocupantes de equívocos para apontar o fator para redução de risco cardiovascular no tratamento da hipertensão arterial - em 61% -, identificar a conduta para o tratamento da asma brônquica em adultos  - 60% -, bem como para o diagnóstico da Doença de Graves - uma das formas mais frequentes do hipertireoidismo - e para o tratamento da cetoacidose diabética, ambos também com média de 60% de erros.
Apesar de ressaltar que os números são melhores do que nas provas anteriores do Cremesp, o conselheiro corregedor em Ribeirão aponta que os dados são preocupantes, sobretudo porque dizem respeito a procedimentos rotineiros dos profissionais.
Segundo Luiz Bin, o desempenho dos alunos nessas questões está diretamente ligado à qualidade do aprendizado nas faculdades, cada vez mais numerosas no Estado diante de um número insuficiente de professores capacitados para a didática.
"Não existe a formação do professor da universidade, porque o doutorando, o mestrando demora tempo. Para se formar um professor de faculdade de medicina vai-se aí em torno de cinco a dez anos e as faculdades estão sendo abertas quase que mensalmente", critica.
Como consequência, os estudantes acabam aprendendo com profissionais que não foram preparados para a didática, diz Bin.
"Os alunos aprendem com médicos da região onde é aberta a faculdade com um pouquinho mais de segurança, mas que não têm a capacidade didática de passar os conhecimentos deles. Isso vai ao encontro desse nível de erros que a gente está vendo aqui, porque são alunos que foram orientados por professores que não são professores na verdade."
Eduardo Luiz Bin, conselheiro do Cremesp em Ribeirão Preto (Foto: Claudio Oliveira/EPTV)Eduardo Luiz Bin, conselheiro do Cremesp em Ribeirão Preto (Foto: Claudio Oliveira/EPTV)
48% de reprovação
Quase a metade dos médicos recém-formados que prestaram o exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) foi reprovada no ano passado.
Além de servir de parâmetro para a qualidade da formação dos estudantes, a participação na prova, realizada há 11 anos, tem se tornado requisito para inscrição em programas de residência médica e em concursos para atuação em hospitais da rede pública em São Paulo.
Segundo dados divulgados na quarta-feira (17) pelo Cremesp, 48,13% dos 2.726 profissionais que se formaram - ou 1.312 - acertaram menos de 60% das questões da prova, índice considerado mínimo para aprovação pela entidade.
O número de reprovações foi mais acentuado entre egressos de universidades particulares - 58% - e foi constatado também entre 26,4% dos formados em instituições públicas.
O índice geral de reprovação é inferior em relação a exames anteriores, como o de 2015, em 55%.
Fonte : G1

Cirugião-dentista de Arapiraca é condenado por erro médico

Um cirurgião-dentista de Arapiraca foi condenado pela Justiça a pagar indenização de R$ 10 mil por danos morais à esposa e às seis filhas de José Izidoro, morto por conta de um erro médico em 2007. A decisão é do juiz Maurício César Brêda Filho, da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas.
A decisão foi divulgada pelo TJ nesta sexta-feira (19). A esposa da vítima também deverá receber pensão, no valor de meio salário mínimo, relativo aos meses de junho de 2007 a junho de 2010. A maneira como o pagamento deve ser feito será definida posteriormente pela 2ª Vara Cível e Residual de Arapiraca, que é responsável pela execução do processo.
Segundo os autos do processo, no dia 8 de abril de 2007, José Izidoro sofreu um corte grave no rosto após ser atingido por um prato jogado por um de seus filhos, durante desentendimento entre os dois.
Ele foi levado para a Unidade de Emergência do Agreste, onde foi atendido pelo cirurgião-dentista. O corte foi suturado e Izidoro recebeu alta. Alguns dias depois, ele deu nova entrada na unidade de saúde, com suspeita de tétano. Após ter sido encaminhado a outro hopital, a suspeita foi confirmada. O homem acabou falecendo por conta da doença.
As filhas de Izidoro acusaram o cirurgião-dentista de negligência e omissão. Ele, por sua vez, alegou não ter sido o responsável pelo incidente, e que seguiu todos os procedimentos no atendimento ao paciente.
“Ao que consta nos autos, especialmente pelo depoimento de testemunhas, pelo relatório médico, o apelado, apesar de ter suturado o ferimento da vítima, lhe medicado e lhe dado alta hospitalar, foi negligente quanto ao fato de não averiguar acerca da vacinação contra o tétano”, afirma o magistrado em sua decisão.
Fonte : G1

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Bebê morre após nebulização em UPA do AC e pais creem em negligência

O pequeno Pedro Lucas Muniz, de três meses, morreu após fazer nebulização na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no 2º Distrito deRio Branco.A família acusa a unidade de negligência.
A direção da UPA disse que vai abrir sindicância para apurar os fatos, mas acredita que não houve negligência por parte dos profissionais.
O pai da criança, José Verônico Marinho, de 32 anos, disse que o filho deu entrada na unidade no domingo (14) com febre e tosse, ficou em observação e morreu na manhã de segunda-feira (15).
"Chegamos na UPA,  deram dipirona e ele passou a noite bem. De manhã cedo, eu o segurei no colo, brinquei com ele e fui trabalhar. Depois me ligaram falando que meu filho tinha morrido", relembra o pai da criança.
Ainda segundo Marinho, por volta das 5h, o filho começou a passar mal e foi colocado na nebulização. Filho único do casal, Pedro Lucas ainda chegou a tomar uma medicação, que o pai não soube dizer o nome, foi colocado também no oxigênio e depois veio a óbito.
"Disseram que ele tinha vomitado e se engasgou e que isso provocou a morte. Tinham só as técnicas de enfermagem. Tomaram ele dos braços da mãe, levaram para outra sala e meia hora depois disseram ele estava morto", lamenta.
Marinho disse que registrou um Boletim de Ocorrências na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (Depca) contra a unidade de saúde.
"Eles colocaram meu filho no oxigênio e nem oxigênio tinha. A máscara caiu no chão e vimos que não saía nada. Quero justiça, meu filho estava bem, achei até que ele teria alta. Ele nunca teve nenhum problema de saúde, tomava todas as vacinas, era saudável. Minha mulher teve uma gravidez saudável, um parto tranquilo. Foi erro médico", acusa.
Pai da criança, José Verônico, acredita que o filho morreu por erro médico (Foto: Aline Nascimento/G1)Pai da criança, José Verônico, acredita que o filho morreu por erro médico (Foto: Aline Nascimento/G1)
'Não havia médico de plantão', diz tia
Revoltada com a morte do sobrinho, a recepcionista Eliene Marinho, de 33 anos, afirma que não havia médico de plantão na unidade. "Não tinha nenhum pediatra de plantão e, se estava, não ficou dentro da unidade. Quando minha cunhada percebeu que meu sobrinho estava passando mal, chamou a enfermeira e ela disse que não tinha pediatra. Então, ela perguntou pela enfermeira e foi dito que ela já tinha encerrado o plantão", alega.
Eliene relembra que durante a nebulização a criança teria começado a ficar roxa e com falta de ar. "Ele ficou cheio de manchas roxas e com dificuldade para respirar. Achamos que colocaram berotec [medicamento usado para fazer nebulização] demais no soro e ele morreu", diz.
Parada cardiorrespiratória, aponta declaração de óbito
A declaração de óbito entregue à família do bebê aponta que ele morreu de parada cardiorrespiratória desconhecida. Revoltada, a família disse que pretende processar o hospital.
"Como meu filho morreu engasgado? O laudo diz outra coisa. Medicaram meu filho de forma errada", conta.
Ao G1, a diretora da UPA, Ana Carla Clementina, explicou que o hospital está levantando todas as informações para saber a causa da morte da criança. Ela diz ainda que não houve erro médico. "Estamos apurando os fatos, mas, até o momento, os relatos que recebemos, não houve negligência e provavelmente vamos conseguir relatos de todos os profissionais que estavam no plantão. Vamos encaminhar todos os relatórios à Secretaria de Saúde", esclarece.
A diretora explica também que havia médico pediatra de plantão. Sobre a causa da morte, Ana disse que ainda não tem um diagnóstico. "Vamos abrir sindicância. Havia pediatra de plantão, inclusive ele atendeu e prestou socorro, assim como outros profissionais", justifica.
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Declaração de óbito foi entregue à família na tarde de segunda (Foto: Aline Nascimento/G1)Declaração de óbito foi entregue à família na tarde de segunda (Foto: Aline Nascimento/G1)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Médico que fez procedimento em modelo morta é acusado de erro por outra paciente O médico Wagner Moraes é acusado de erro em outro procedimento O médico Wagner Moraes é acusado de erro em outro procedimento Foto: Fabio Guimaraes / Agência O Globo Marcos Nunes Tamanho do texto A A A O delegado Mário Lamblet, da 79ª DP (Jurujuba), que investiga a morte da modelo Raquel Santos, de 28 anos, afirmou nesta quinta-feira que uma comerciante o procurou para registrar outra queixa contra o médico Wagner de Moraes, que atendeu as duas pacientes. Raquel fez um procedimento estético com o médico na última segunda-feira e acabou morta horas depois no Hospital de Icaraí. Segundo Lamblet, a comerciante que registrou um Registro de Ocorrência contra Wagner de Moraes teria se submetido a uma operação no queixo. A mulher, que não teve o nome revelado, alega que o resultado foi uma “deformidade”. O procedimento foi feito em fevereiro do ano passado. Morte de modelo em Niterói Morte de modelo em Niterói Foto: Divulgação/Musa do Brasil — Ela diz que ficou deprimida por causa disso e só resolveu denunciar agora. A gente vai verificar se existe algum evento criminal nesse fato — afirmou o delegado, que abrirá um procedimento apuratório para essa investigação. Em depoimento, Wagner admitiu que não é integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), informação que já havia sido divulgada pela instituição. O médico explicou ainda que o local onde atende não é uma clínica, mas sim um consultório. Ele ainda alegou que pode realizar pequenos procedimentos estéticos no local. O delegado afirmou que vai enviar ofícios aos órgãos competentes para averiguar a necessidade de o médico ser integrante da SBCP para atuar como cirurgião plástico. O objetivo do delegado com os depoimentos desta quinta-feira é definir qual foi o local onde a modelo morreu e quais seriam as causas da morte. Raquel começou a sentir falta de ar ainda na clínica de Wagner, após passar pelo procedimento estético. Nos primeiros momentos, de acordo com o viúvo de Raquel, o médico se ausentou e as enfermeiras teriam dito que estava tudo normal. Quando o estado de saúde da modelo se agravou, Wagner orientou que ela fosse levada a um hospital. Gilberto a levou em um carro, e o médico acompanhou em outro veículo. Na delegacia, Wagner apresentou um documento que, de acordo com ele, foi preenchido por Raquel ao dar entrada na clínica. O médico alega que a modelo não havia informado que era fumante, que usava anabolizantes e que havia feito outras cirurgias estéticas. — O médico nos trouxe um documento que segundo ele teria sido preenchido pela modelo, no qual ela informava que nunca tinha feito cirurgias plásticas, nem utilizava medicamentos ou estimulantes de uso veterinário — diz Mario Lamblet. Como o EXTRA mostrou, nesta quinta-feira, o médico e a clínica que leva seu nome colecionam processos judiciais. Em consulta ao site do Tribunal de Justiça do estado, é possível acessar ao menos 51 ações, cíveis e criminais, tendo um dos dois como réu. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), que já havia informado que Wagner não é membro da instituição, divulgou uma nota de pesar e esclarecimento à imprensa nesta quarta-feira. Em um trecho da nota, a sociedade pede que o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro e o Conselho Federal de Medicina investiguem o caso e ressalta que Wagner nunca foi titulado para atuar como cirurgião plástico. Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/medico-que-fez-procedimento-em-modelo-morta-acusado-de-erro-por-outra-paciente-18474128.html#ixzz3xdOO4LFR
Fonte:Jornal extra