segunda-feira, 11 de abril de 2016

Com recorde de inscritos, Revalida reprova 57% dos médicos

Cinquenta e sete por cento dos médicos que prestaram o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida)  foram reprovados, de acordo com dados do Ministério da Educação (MEC). O Revalida é obrigatório para quem cursou medicina fora do Brasil, inclusive brasileiros, e deseja atuar como médico no país.
Em 2015, 1.683 médicos foram aprovados no revalida - o que representa 42% dos inscritos. Ao todo, 54,7% desse total é de brasileiros que se formaram em medicina em outro país.

O exame foi criado em 2011 com o objetivo de unificar o processo de revalidação em consonância com as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina. Antes do Revalida, cada instituição de ensino superior estabelecia os processos de análise seguindo a legislação.
Enquanto o médico não for aprovado e não obtiver a revalidação do diploma pelas instituições do ensino público, ele fica impedido de atuar no país. O índice de aprovação na prova, em 2014, foi de mais de 30%. Se um médico for reprovado no Revalida, ele pode se inscrever para fazer o exame do ano seguinte.

De acordo com o MEC, os países que apresentaram o maior número de inscritos foram Brasil (2.349), Bolívia (771), Colômbia (248), Cuba (183), Venezuela (142), Peru (133) e Argentina (109).
Quanto à origem do diploma, após a Bolívia (com 2.168 inscritos de diferentes nacionalidades), aparecem Cuba (877), Colômbia (231), Paraguai (215), Argentina (214) e Venezuela (212).
Em relação ao ano anteror, houve mais quase o dobro de inscritos. Em 2014, foram 2.157 candidatos.
ETAPAS DA REVALIDAÇÃO
A prova da primeira etapa é composta de uma prova objetiva com 110 questões e de uma discursiva com 5 questões. A taxa de inscrição para esta etapa foi de R$ 100.
A prova objetiva é aplicada pela manhã, das 8h às 13h. À tarde, das 15h às 18h (horário de Brasília), os participantes fazem a prova discursiva. Caso o candidato seja aprovado na primeira fase, ele deve pagar mais uma taxa, desta vez de R$ 300, para efetuar sua inscrição na segunda etapa do certame, quando os participantes são submetidos a 10 testes práticos de habilidades clínicas.
Fonte: G1

Aluno reprovado em novo exame não fará residência médica, diz MEC

Aluno reprovado em novo exame não fará residência médica, diz MEC

MEC prevê realizar em agosto o 1º exame nacional dos alunos de medicina.
No 2º e 4º ano, nota será monitorada. No 6º, reprovação trava diploma.

Gabriel LuizDo G1, DF
O ministro da educação, Aloizio Mercadante, em anúncio do exame nacional de alunos de medicina (Foto: Gabriel Luiza/ G1)O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em anúncio do exame nacional de alunos de medicina (Foto: Gabriel Luiz/ G1)
O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta sexta-feira (1º) que prevê realizar em agosto o primeiro exame nacional dos alunos de medicina no Brasil. O objetivo é realizar o monitoramento progressivo da qualidade desse ensino no país. A cada dois anos, graduandos do segundo, quarto e sexto anos serão obrigados a fazer a prova, batizada de Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem). A ideia é que o exame ocorra semestralmente.
A avaliação nacional a cada dois anos já havia sido anunciada em agosto de 2015 pelo então ministro Renato Janine Ribeiro. A criação do exame foi proposta pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em 2014, como parte das alterações nas diretrizes curriculares de medicina.

Segundo o ministro Alozio Mercadante, as provas serão exigidas como critério para que o aluno possa se formar e será “condição essencial para entrada na residência médica”. “A cada dois anos vamos ter avaliação do progresso do aluno e das instituições”, disse. “Será um exame condicionante à sua formação, uma avaliação muito mais completa.”

De acordo com o ministro Aloizio Mercadante, no segundo e quarto ano, a prova será feita em modalidade semelhante a dos treineiros, na qual as notas serão apenas acompanhadas e servirão para o aluno verificar o próprio desempenho.

A última prova terá caráter eliminatório: o estudante que tiver resultado abaixo da nota de corte terá de refazer a prova por ser um exame criado para avaliar “condições mínimas e essenciais para se formar”. A reprovação vai significar veto ao diploma e impossibilidade de entrada na residência médica.
“A definição da nota de corte é feita por um painel de especialistas a cada prova”, disse o representante da subcomissão do Revalida, Henry Campos. “Durante dois dias eles se debruçam tanto sobre a prova escrita quanto sobre a prova de avaliação de habilidades, estabelecendo qual seria o percentual de acerto esperado para um aluno considerado médio.”
Estudantes que ingressaram na universidade em 2015 serão os primeiros a realizar o exame. O número corresponde a cerca de 20 mil estudantes.
Revalida
A Anasem será feita nos “mesmos padrões” aplicados no Revalida -- obrigatório para quem cursou medicina fora do Brasil, inclusive brasileiros, e deseja atuar como médico no país.
O exame foi criado em 2011 com o objetivo de unificar o processo de revalidação em consonância com as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina. Antes do Revalida, cada instituição de ensino superior estabelecia os processos de análise seguindo a legislação.
Enquanto o médico não for aprovado e não obtiver a revalidação do diploma pelas instituições do ensino público, ele fica impedido de atuar no país. O índice de aprovação na prova, em 2014, foi de mais de 30%. Se um médico for reprovado no Revalida, ele pode se inscrever para fazer o exame do ano seguinte.
Em 2015, 1.683 médicos foram aprovados no revalida -- o que representa 50,3% dos inscritos. Ao todo, 54,7% desse total é de brasileiros que se formaram em medicina em outro país.
Contingenciamento
Na semana passada, o Ministério do Planejamento anunciou bloqueio extra de R$ 21,2 bilhões em gastos no orçamento. Nesta semana, o governo anunciou que o Ministério da Educação teve limite de empenho para gastos discricionários (excluindo o PAC e as despesas obrigatórias) diminuído em R$ 4,27 bilhões para todo este ano.
Segundo Mercadante, não se trata de corte, e sim de um “contingenciamento”. “Neste momento de queda de receita pública, é fundamenteal que o Congresso se debruce sobre educação e busque reverter esse contingenciamento. Se não tivermos nova fonte de receita, o que resta é o corte. E o corte prejudica a expansão e a qualidade da educação.”
Em nota divulgada nesta sexta, o MEC pede que parlamentares tomem “medidas urgentes e corajosas em defesa do financiamento da Educação”. “Temos a convicção de que neste momento delicado da economia e da política nacional, a educação tem que ser protegida para continuar avançando”. A pasta também garantiu fazer “mais com menos” e que analisa o cenário econômico atual.
fonte G1

Técnica de enfermagem é presa após erro de medicação e morte de idoso

Uma técnica de enfermagem de 31 anos foi presa na madrugada desta segunda (11) após errar a aplicação de um medicamento em um paciente de 87 anos na Santa Casa deCaraguatatuba. O erro teria causado a morte de Ivo Assine, que estava internado há dez dias com pneumonia.

A profissional vai responder por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Foi estipulada fiança de R$ 5,2 mil, que não havia sido paga até a publicação desta reportagem.
Técnica de enfermagem é presa após erro de medicação e morte de idoso (Foto: Arquivo Pessoal)
O caso aconteceu durante a madrugada, quando a mulher deveria trocar o soro e aplicar óleo mineral pelas vias nasais do paciente. Durante o procedimento, ela errou a aplicação e acabou introduzindo o óleo de forma intravenosa.
Após a medicação, o idoso teve uma parada cardíaca e não resistiu. A polícia foi acionada e a mulher foi presa. Segundo a Polícia Civil, a vítima estava internada em estado grave há dez dias para o tratamento de uma pneumonia.

Em depoimento à polícia, a profissional alega que errou o procedimento, mas que teria parado a aplicação a tempo e que essa não teria sido a causa da morte. "Ela confessou que fez a medicação de forma errada. Apesar disso, o corpo vai passar pela perícia no IML para verificar se a troca foi realmente a causa da morte", afimou o delegado Marcelo Abreu Magalhães.

Segundo o hospital, a mulher trabalhava há 20 dias na unidade médica. Por meio de nota, o hospital "lamentou o ocorrido e informou que tomará todas as medidas necessárias para apurar o fato que foi comunicado às autoridades policiais para averiguação”. Um defensor público deve ser nomeado ainda nesta segunda para a fazer a defesa da técnica de enfermagem. A mulher está presa na delegacia de Caraguatatuba.

Fonte G1

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

1ª Manifestação contra os erros dos profissionais da saúde


Erros de recém-formados em casos médicos básicos preocupam Cremesp

O exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) de 2015, que registrou 48,13% de reprovação entre os participantes, revelou elevado nível de desconhecimento dos recém-formados em medicina em procedimentos considerados básicos.
A prova com 120 questões de múltipla escolha obteve índices de erro entre 60% e 78% em problemas como insuficiência renal crônica, hipertensão arterial e asma brônquica.
Os equívocos estão diretamente associados a falhas nas práticas de ensino e ao excesso de faculdades de medicina abertas no Estado, afirma o conselheiro corregedor Eduardo Luiz Bin, de Ribeirão Preto (SP) - cidade em que duas das três faculdades com alunos participantes na prova - USP e Unaerp - tiveram média de acertos igual ou acima de 60%.
"Isso mostra que muitas das escolas ainda não estão com uma grade curricular à altura para formar esses alunos, porque é o básico da medicina", afirma Bin.
Erros básicos
O exame aplicado entre 2.726 alunos egressos de 30 cursos de medicina do Estado consistiu de 120 questões de múltipla escolha sobre clínica médica, clínica cirúrgica, pediatria, ginecologia, obstetrícia, saúde pública, saúde mental, bioética e ciências básicas.
Nos testes, 78% dos médicos não acertaram quando questionados sobre a manifestação laboratorial para insuficiência renal crônica. Também se destacaram números dos que não souberam identificar características de esquizofrenia - 73% -, transtorno bipolar - 72% -, asma brônquica em crianças - 64% - e tratamento do infarto agudo do miocárdio - 63%.
muitas das escolas ainda não estão com uma grade curricular à altura para formar esses alunos"
Eduardo Luiz Bin,
conselheiro corregedor do Cremesp
Houve ainda índices preocupantes de equívocos para apontar o fator para redução de risco cardiovascular no tratamento da hipertensão arterial - em 61% -, identificar a conduta para o tratamento da asma brônquica em adultos  - 60% -, bem como para o diagnóstico da Doença de Graves - uma das formas mais frequentes do hipertireoidismo - e para o tratamento da cetoacidose diabética, ambos também com média de 60% de erros.
Apesar de ressaltar que os números são melhores do que nas provas anteriores do Cremesp, o conselheiro corregedor em Ribeirão aponta que os dados são preocupantes, sobretudo porque dizem respeito a procedimentos rotineiros dos profissionais.
Segundo Luiz Bin, o desempenho dos alunos nessas questões está diretamente ligado à qualidade do aprendizado nas faculdades, cada vez mais numerosas no Estado diante de um número insuficiente de professores capacitados para a didática.
"Não existe a formação do professor da universidade, porque o doutorando, o mestrando demora tempo. Para se formar um professor de faculdade de medicina vai-se aí em torno de cinco a dez anos e as faculdades estão sendo abertas quase que mensalmente", critica.
Como consequência, os estudantes acabam aprendendo com profissionais que não foram preparados para a didática, diz Bin.
"Os alunos aprendem com médicos da região onde é aberta a faculdade com um pouquinho mais de segurança, mas que não têm a capacidade didática de passar os conhecimentos deles. Isso vai ao encontro desse nível de erros que a gente está vendo aqui, porque são alunos que foram orientados por professores que não são professores na verdade."
Eduardo Luiz Bin, conselheiro do Cremesp em Ribeirão Preto (Foto: Claudio Oliveira/EPTV)Eduardo Luiz Bin, conselheiro do Cremesp em Ribeirão Preto (Foto: Claudio Oliveira/EPTV)
48% de reprovação
Quase a metade dos médicos recém-formados que prestaram o exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) foi reprovada no ano passado.
Além de servir de parâmetro para a qualidade da formação dos estudantes, a participação na prova, realizada há 11 anos, tem se tornado requisito para inscrição em programas de residência médica e em concursos para atuação em hospitais da rede pública em São Paulo.
Segundo dados divulgados na quarta-feira (17) pelo Cremesp, 48,13% dos 2.726 profissionais que se formaram - ou 1.312 - acertaram menos de 60% das questões da prova, índice considerado mínimo para aprovação pela entidade.
O número de reprovações foi mais acentuado entre egressos de universidades particulares - 58% - e foi constatado também entre 26,4% dos formados em instituições públicas.
O índice geral de reprovação é inferior em relação a exames anteriores, como o de 2015, em 55%.
Fonte : G1