segunda-feira, 18 de março de 2013

Único hospital de transplante de rim em crianças suspende serviço no RJ

O estado do Rio de Janeiro não tem nenhuma unidade de saúde que faça transplantes de rim em crianças pequenas. Apenas quando o paciente tem mais de 40 quilos é possível submetê-lo a uma cirurgia. O único hospital do estado com equipe especializada para este tipo de procedimento era o de Bonsucesso, no Subúrbio, que suspendeu o serviço.
O Ministério da Saúde informou que apenas um transplante de fígado foi feito numa criança este ano. O órgão admitiu que a equipe de médicos foi reduzida e que a central de transplante está desativada por falta de profissionais capacitados. Agora, o drama de crianças do Rio que precisam de um rim ficou ainda maior, como mostrou reportagem do RJTV neste sábado (16).
Apesar da pouca idade, Daiana, 10 anos, e Claiton, 12, têm uma rotina cansativa e desgastante. Eles fazem quatro horas de hemodiálise três vezes por semana no Hospital Geral de Bonsucesso.
“Tem vezes que eu não tenho nem dinheiro de passagem, e ela passa muito mal, fica ruim mesmo, corro o risco até de um perder minha filha”, desabafou a mãe de Daiana, Diana de Souza.

A vida das crianças é cheia de restrições e as famílias sofrem. “Não é a aquela criança que pode fazer tudo o que quer. É aquela luta, não pode comer, nem aula direito pode assistir”, explica a avó de Taís, Suely Santos.
Drama
Do lado de fora, o péssimo estado de conservação do Hospital Geral de Bonsucesso é visível. Mas lá dentro, os problemas da área de saúde se revelam ainda mais urgentes.
Segundo médicos e a Associação de Renais Crônicos do Rio, desde o fim do ano passado, nenhum transplante foi feito no Hospital Geral de Bonsucesso em adultos ou crianças. Mas, no caso das crianças, a situação é mais grave porque este era o único centro transplantador de rim e fígado em todo estado.
Na sexta-feira (15), uma menina em Macaé, no Norte Fluminense, morreu na fila de espera por um rim. Segundo o Ministério da Saúde, não havia doador compatível. E mesmo se ela conseguisse um, nada poderia ter sido feito.
“Quando a gente vê uma criança na maca, morrendo, a gente fica entristecido. É um crime o que está se fazendo neste estado, paralisando tanto de criança como de adulto”, afirmou o presidente da Associação dos Renais Crônicos, Roque Pereira Da Silva.
Dificuldade no transplante
O diretor do Sindicato dos Médicos denuncia ainda que mesmo quem tem doador não consegue fazer o transplante.
“Tem duas crianças que estão prontas para realizar o transplante renal, os doadores são os pais. E essas estão em risco de vida, e não conseguem fazer o transplante porque o Hospital Federal de Bonsucesso está parado”, disse Roque Pereira da Silva.
O governo do estado disse que em abril o Hospital da Criança, em Vila Valqueire, na Zona Oeste, vai passar a fazer transplantes de rim e fígado.
“fica sem ir pra escola, fica sem fazer atividades, andar de bicicleta, bola....chora”, contou a mãe do menino Claiton, Fabiana da Silva.
A central de transplante do governo do estado informou que este ano providenciou o transplante de rim, em uma criança de sete anos. Ela foi levada para São Paulo, onde fez a cirurgia.
O problema também é grave para as crianças que esperam por um transplante de fígado. O Ministério da Saúde informou que este ano só foi feito no Hospital Federal de Bonsucesso um único transplante deste tipo em uma criança com mais de 40 quilos. O Ministério também prometeu que em 15 dias vai recompor as equipes e que os transplantes de rim e fígado voltarão a ser feitos normalmente no hospital.
Fonte:G1

sábado, 16 de março de 2013

Criança morre em Macaé, pois mãe não tinha dinheiro para vir ao Rio fazer transplante no Hospital de Bonsucesso

Flávia Junqueira
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Primeira na fila de transplante renal pediátrico do estado, Dricielle Ferreira Marcelino de França morreu nesta sexta-feira, em Macaé, aos 11 anos. Patrícia, mãe da menina, que esperava por um órgão desde dezembro de 2011, conta que recebeu um telefonema do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) no dia 23 de fevereiro. Ela deveria ir imediatamente para a unidade, porque havia um rim para a sua filha. A mãe, sem dinheiro, disse que não tinha como ir naquele dia. Apesar disso, o hospital não providenciou o transporte da criança. O órgão foi para outra paciente. Dezenove dias depois, Dricielle foi internada às pressas na noite de quinta-feira em Macaé e morreu horas depois.
- Eu não tinha R$ 112 para ir ao Rio naquele dia. Perguntei à médica se poderia ser na segunda-feira, quando eu ia receber um dinheiro. Mas ela me disse apenas que estava me esperando até as 20h. Fiquei de mãos atadas - relembra Patrícia Pereira Ferreira.
A mãe conta que os problemas renais de Dricielle começaram em dezembro de 2010, quando a menina teve uma amigdalite e a bactéria atacou os rins. O diagnóstico foi feito por médicos do HFB. Após cinco meses internada fazendo hemodiálise, a menina recebeu alta, mas continuava fazendo diálise peritoneal, procedimento que pode ser feito em casa.
Única unidade habilitada para fazer transplante em crianças no estado, o HFB está com a equipe de transplante pediátrico desestruturada, em função da saída de dois dos três cirurgiões.
- Mesmo se a mãe tivesse vindo, não sei se a criança faria o transplante. Desde 16 de dezembro do ano passado, o médico que ficou no hospital decidiu parar de fazer transplantes, porque não estava suportando o volume de trabalho. De lá para cá, não se realiza transplantes em crianças com menos de 30 quilos - diz Júlio Noronha, médico do HFB.
Segundo ele, o rim que iria para Dricielle foi transplantado numa jovem de 16 anos, operada por cirurgiões da equipe de adultos.
A assessoria de imprensa da Secretaria estadual de Saúde, responsável pelo Programa Estadual de Transplante, informou que todo o contato com o receptor do órgão é feito pelo centro transplantador, no caso, o HFB. E que todos os rins pediátricos captados em 2013 foram transplantados. Segundo a pasta, há seis crianças na fila de espera por um rim no estado do Rio.
Já assessoria do Ministério da Saúde respondeu que não há registro de que tenha aparecido um doador compatível para Dricielle. E, apesar de não ter a morte da criança registrada no sistema, garante que a menina não morreu por desassistência do HFB. A assessoria não respondeu se o centro transplantador é o responsável pelo transporte dos pacientes.
A íntegra da nota enviada pela Secretaria estadual de Saúde:
A coordenação do Programa Estadual de Transplante (PET) esclarece que a manutenção do cadastro de pacientes inscritos na fila para transplante de órgãos é feita pelo hospital onde cada paciente é acompanhado (centro transplantador). O trabalho do PET - de acordo com Regulamento Técnico elaborado pelo Ministério da Saúde - é de gerenciar o andamento da fila a partir da captação e distribuição de órgãos aos hospitais transplantadores.
Atualmente há seis crianças com cadastro ativo aguardando por um rim. Todos os rins pediátricos captados em 2013 pelo Programa Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro foram transplantados respeitando a fila e a compatibilidade de pacientes.
Ou seja, um dos principais entraves à realização de transplante é a falta de órgãos para serem transplantados e a negativa familiar à doação, um dos maiores desafios.
Com o crescimento no número de captações de órgãos - em 2012 foi novamente batido recorde no Rio de Janeiro - há um consequente aumento no número de transplantes realizados. Entre 2011 e 2012, foram feitos 616 transplantes de rins no estado. Para que esse resultado seja ainda melhor, é necessário o apoio de toda a sociedade, informando o desejo de ser doador, pois infelizmente muitos pacientes ainda morrem a espera de um órgão.
SÃO CENTROS TRANSPLANTADORES DE RIM NO RIO DE JANEIRO:
- ADOLESCENTE E ADULTO - Hospital Federal de Bonsucesso, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Hospital Universitário Antônio Pedro, Hospital Silvestre e Centro Estadual de Transplantes
- CRIANÇA - Hospital Federal de Bonsucesso

 

 

fonte G1



Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/crianca-morre-em-macae-pois-mae-nao-tinha-dinheiro-para-vir-ao-rio-fazer-transplante-no-hospital-de-bonsucesso-7858451.html#ixzz2NjolNfvp

Jovem morre após receber alta de 3 hospitais estatais do Rio em 4 dias

Uma adolescente de 16 anos, moradora do Jardim América, na Zona Norte do Rio de Janeiro, morreu na quarta-feira (13) com parada e insuficiência cardiorrespiratória após receber alta três vezes, em quatro dias, de três unidades hospitalares estatais da cidade: o Hospital Municipal Francisco da Silva Telles, mais conhecido como PAM do Irajá; o Hospital Estadual Getúlio Vargas (HGV), na Penha, o primeiro que procurou, no sábado (9), e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do mesmo bairro, também estadual.
Após sofrer diversas paradas cardíacas, Andressa Nunes morreu no PAM do Irajá às 10h40 desta quarta-feira (13), seis horas e 37 minutos após receber alta da UPA da Penha, cujo boletim mostra que seus "exames foram negativos para doença aguda do coração" e onde "a paciente recebeu a medicação necessária para estabilizar o quadro", de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado.
Pouco após as 8h, Andressa voltou a se sentir mal, com muita dificuldade para respirar e foi levada às pressas para o PAM, onde, após uma hora e 40 minutos, a tentativa de reanimá-la na segunda sequência de paradas cardíacas não surtiu efeito. A jovem morreu de insuficiência respiratória com "provável edema pulmonar" com saída de "líquido espumoso". Ela deixa uma filha, Júlia, de 11 meses.
Getúlio Vargas não apontou risco
Segundo a mãe de Andressa, a vendedora Valéria Nunes de Oliveira, de 40 anos, a ansiedade pela preparação do aniversário da filha foi cogitada por médicos como motivo para a dificuldade de respiração e a pressão alta – que inchava seu peito e todo o lado esquerdo superior do corpo, na UPA da Penha e na primeira vez em que a jovem foi ao PAM de Irajá. Antes disso, já havia peregrinado pelo Getúlio Vargas e pela mesma UPA, sem sucesso, entre sábado (9) e domingo (10).
No HGV, a Secretaria de Saúde do Estado confirma que Andressa foi considerada uma paciente "verde" – sem urgência nem risco de vida – e, por isso, passada para a UPA: "A direção do Hospital Getúlio Vargas informa que Andressa Nunes foi atendida na unidade no dia 9 de março (sábado), às 14h38, acolhida e classificada como um paciente verde, conforme oprotocolo de classificação de risco do Ministério da Saúde. Por isso, a paciente foi encaminhada, no mesmo dia, para a UPA da Penha, unidade que fica em frente e é referência para o atendimento de baixa e média complexidade. No entanto, não há registro de entrada da paciente nesta mesma data na UPA Penha".
Ela desistiu da UPA após 8h de espera, diz mãe 
Valéria conta que a filha foi à UPA às 8h de domingo (10) e voltou para casa, devido ao cansaço, depois de esperar por oito horas, até as 16h, por isso não houve registro de atendimento. "Ela estava muito cansada, até porque já estava fraca; me mostrou o peito todo inchado e todo o lado esquerdo dela, o pescoço, a lateral do mesmo jeito. Também me disse que havia gente esperando de 7h a 16h sem ser atendida e que, sem expectativa, ela teve que voltar para casa porque não aguentava mais, precisava descansar".
Valéria e os outros dois, filhos Carla e Rodrigo, com a imagem de Júlia e o namorado no Facebook (Foto: João Bandeira de Mello/G1)Valéria e os outros dois filhos, Carla e Rodrigo, em casa, com a imagem de Júlia e o namorado no Facebook (Foto: João Bandeira de Mello/G1)
'Catarro e secreção'
Na madrugada de terça (12), Andressa acordou com mais dificuldade de respirar, chamou o companheiro – pai de sua filha, com quem vivia – e foi levada pelo sogro ao PAM de Irajá. "Lá, o médico examinou o peito e disse que, por causa de catarro, a Andressa estava com muita secreção, mas que, com um xarope expectorante, iria sair. Também perguntou se estava muito ansiosa com algo; ela respondeu que sim, por causa da festa da filha que estava preparando, e o médico disse que podia ser isso", disse Valéria ao G1.
'Emoção mata'
Segundo ela, a jovem dormiu "cansada" novamente e, na madrugada de quarta (13) voltou a acordar passando mal. Levada novamente à UPA da Penha, onde chegou às 4h03, com "quadro de falta de ar, hipertensão e taquicardia", de acordo com o boletim médico, recebeu alta após exames clínicos e eletrocardiograma que "foram negativos para doença aguda do coração", de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado.
Valéria diz que, na UPA, voltaram a cogitar uma suposta ansiedade pela festa da filha como causa da alteração cardíaca. "Uma enfermeira ainda brincou com ela e disse 'cuidado que emoção demais mata, héin?", afirmou. "Eles estavam tratando o caso como depressão, ansiedade", acrescentou Alzira Pereira, amiga da família.
Paradas cardíacas causaram insuficiência respiratória, de acordo com o boletim do PAM do Irajá (Foto: João Bandeira de Mello/G1)Paradas cardíacas causaram insuficiência respiratória, de acordo com o boletim do PAM do Irajá (Foto: João Bandeira de Mello/G1)
Ela voltou para casa e, enquanto tomava banho para se "refrescar", porque sentia o "corpo quente" começou a espumar e a soltar sangue pela boca e pelo nariz, pouco após as 8h. Com dificuldade para respirar, ainda conseguiu chamar a sogra. Enquanto era novamente levada às pressas ao PAM do Irajá, já sofrendo paradas cardíacas, seus olhos reviravam. No hospital municipal, os médicos conseguiram ressuscitá-la e a entubaram para respiração artificial, mas seu coração voltou a parar e a segunda tentativa de reanimá-la não teve sucesso.
De acordo com nota da Secretaria Municipal de Saúde, Andressa chegou ao PAM, ainda na terça-feira (12), com "falta de ar, mal estar e febre", mas passou por "todos os exames necessários" e "não foi detectada nenhuma alteração cardíaca, tendo sido diagnosticada uma infecção respiratória após realização de hemograma. A paciente passou por hidratação e, ao sentir-se melhor, foi liberada para tratamento com antibióticos em casa. Ontem [quarta (13)], a paciente deu entrada na unidade com parada cardiorrespiratória, recebeu massagem cardíaca, mas não resistiu. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal que dará a causa da morte"
Após 3 liberações, coração para de bater
O certificado de óbito do PAM do Irajá (Hospital Municipal Francisco da Silva Telles) informa que Andressa "deu entrada com parada cardíaca" e morreu com "insuficiência respiratória por provável edema agudo de pulmão, visto que houve saída de líquido espumoso (...) pelo pulmão". Segundo a família, porém, a causa definitiva da morte da adolescente ainda depende de laudo da necropsia, em caso que está sendo investigado pela Polícia Civil, através da 27ª DP (Vicente de Carvalho).
Certificado do PAM do Irajá atesta que Andressa teve paradas cardíacas poucos horas após receber alta da UPA da Penha (Foto: João Bandeira de Mello/G1)Certificado do PAM do Irajá atesta que Andressa teve paradas cardíacas poucas horas após receber alta da UPA da Penha (Foto: João Bandeira de Mello/G1)
"Tiraram 1 litro de líquido de pulmão dela! Com tudo isso, não tinha mais oxigênio suficiente e o coração parou de bater; pelo que nos disseram; os próprios médicos do PAM falaram que os outros colegas deles, antes, poderiam ter evitado que ela morresse; bastava que fizessem um raio-x, que não foi tirado. Iam ver que tinha líquido no pulmão e poderiam pôr um dreno para sair, enquanto davam a medicação certa", contou Valéria.
A Secretaria de Saúde do Estado afirmou, por nota, que sua Subsecretaria de Unidades Próprias vai abrir processo administrativo para apurar o atendimento da paciente nas unidades estaduais.
Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, a coordenação da UPA da Penha afirma que "paciente recebeu a medicação necessária para estabilizar o quadro". Um dos remédios receitados, Enalapril, com indicação de um comprimido (1 mg por dia) é, de fato, usado para insuficiência cardíaca. A unidade, porém, deu alta às 4h03 a Andressa, que, às 10h40, já no PAM do Irajá, morreu após as paradas cardiorrespiratórias.
Ela foi enterrada no Cemitério do Irajá às 16h dessa quinta-feira (14). Valéria, também mãe de Carla, de 18 anos, e de Rodrigo, de 13, ainda não sabe se pretende entrar com alguma ação contra o Estado ou a Prefeitura do Rio pela morte da segunda filha. "Antes de tudo, eu queria era fazer um alerta para que isso não volte a acontecer", afirma.
Em 2011, rapaz morreu após peregrinar por hospitais
Em setembro de 2011, Gabriel dos Santos Sales, de 18 anos, morreu após percorrer cinco hospitais da Região Metropolitana, durante sete horas, até ser atendido. Um dos hospitais onde ele não conseguiu atendimento foi o Getúlio Vargas. O jovem, de Xerém, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, caiu e bateu com a cabeça quando tentava consertar uma antena. Ele morreu após passar nove dias internado no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier

Médico que faltou a plantão é indiciado de novo

Vera Araújo - O Globo
 
RIO — O neurocirurgião Adão Orlando Crespo Gonçalves, que faltou ao plantão do último Natal no Hospital Salgado Filho, no Méier, deixando Adrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, vítima de bala perdida, esperando oito horas por uma cirurgia, vai responder agora por estelionato e falsidade ideológica. Ele é acusado de contratar médicos para dar plantão em seu lugar no Salgado Filho. Segundo a delegada da Delegacia Fazendária (Delfaz), Izabela Rodrigues Santoni, que indiciou o médico, as penas somadas podem chegar a dez anos de reclusão. Adão já tinha sido indiciado por omissão de socorro.
Adrielly morreu 11 dias depois de ser baleada. Além de Adão Gonçalves, também foram indiciados por crimes contra a administração pública o neurocirurgião que o substituía nos plantão anteriores, Francisco Doutel de Andrade, o diretor do Salgado Filho, Conrado Weber, e outros cinco médicos.
— O diretor do hospital tem livre acesso à escala de plantão. Em seu depoimento, ele alegou que não tinha conhecimento das ausências de Adão Gonçalves, não recebendo qualquer documentação referente às faltas. Mas ele se contradisse quando contou que determinou ao chefe da especialidade que fizesse o lançamento das faltas eventuais. Isso significa dizer que ele tinha absoluta ciência das ausências. Logo, deveria ter tomado providências. Ele foi omisso — afirmou a delegada, que já investiga outros médicos da rede pública que também burlam as escalas de plantão, lesando a administração pública. Há casos, segundo Izabela, de profissionais não concursados assumirem os plantões.
Francisco Doutel foi indiciado por estelionato, enquanto o diretor do Salgado Filho e os outros cinco médicos, por condescendência criminosa, ou seja, por se omitirem ao não responsabilizar um subordinado.
— Houve crimes nos mais variados escalões hierárquicos, além daqueles mais evidentes dos médicos Adão e Doutel. O que se verificou foi a verdadeira terceirização ilegal de cargo público. Trata-se de uma substituição permanente, ao longo de três anos, na qual Adão conseguiu manter o cargo público, o título e até a futura aposentadoria. Os demais delitos foram evidenciados diante da absurda inércia daqueles que deveriam adotar providências para coibir tais práticas — disse a delegada.
Segundo o delegado Luiz Archimedes, titular da 23ª DP (Méier), o inquérito em que o médico Adão Gonçalves foi indiciado por omissão de socorro foi enviado ao Ministério Público estadual e retornou à delegacia esta semana. A promotoria exigiu que fosse apresentado um laudo do IML para definir se a demora no atendimento a Adrielly contribuiu para sua morte.

Fonte: G1

Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/medico-que-faltou-plantao-indiciado-de-novo-7858156.html#ixzz2Nj9dsdj2

CPI de Erros Médicos -Brasília

!!Vítimas e parentes de vítimas de erros médicos,estou disponibilizando os contatos do senador Magno Malta,que está presidindo a CPI dos erros médicos em Brasília,chegou a hora!!Temos que mandar o maior número possível de e-mails,co...ntando os seus casos!!!

Magno Malta (PR-ES)
Magno Malta é músico e pastor evangélico. Para falar com ele, você pode ligar para Brasília no (0xx61) 3303-4161 / 5867 ou mandar e-mail para o magnomalta@senador.gov.br
 

CPI do Erro Médico tem primeiros nomes escolhidos

Foram anunciados ontem os primeiros nomes da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre Violação ao Direito Humano à Saúde. Waldemir Moka (PMDB-MS), Sérgio Souza (PMDB-PR), Sérgio Petecão (PSD-AC), Vital do Rêgo (PMDB-PB), Jayme Campos (DEM-MT), Mário Couto (PSDB-PA), Magno Malta (PR-ES) e Eduardo Amorim (PSC-SE) vão apurar erros de dirigentes, médicos e demais profissionais de hospitais públicos e privados que resultaram em lesões físicas e causaram a morte de pacientes.
Composta por 11 titulares, a CPI precisa dos últimos 3 indicados para ser instalada. Criada em fevereiro por iniciativa de Magno Malta e mais de 30 apoiadores, a CPI do Erro Médico, como foi batizada, terá 120 dias para atuar e limite de despesa em R$ 150 mil.
A CPI foi motivada pelos frequentes casos de erros de dirigentes, médicos e ­profissionais de saúde que resultaram em morte dos pacientes. Entre eles, cinco em Brasília.
Um dos casos de grande repercussão foi a morte do então secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, de 56 anos, em janeiro de 2012. Duvanier teria sido levado a dois hospitais particulares de Brasília, mas, sem talão de cheques, teve o atendimento negado e morreu de infarto.
Além de apurar os casos citados no requerimento, a CPI pretende investigar a atuação dos conselhos profissionais, da polícia, do Ministério Público e do Poder Judiciário nos casos de erros médicos; o trabalho dos órgãos da Vigilância Sanitária na prevenção e repressão; as competências legais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); e a necessidade de criação
de varas e juizados especiais com competência exclusiva para julgar erros e crimes ocorridos em hospitais.

Enfermeira confundiu nomes ao dar injeção antes de bebê morrer, diz mãe

mãe de Emily Vitória, de 9 meses, que morreu em um hospital de Anápolis, na tarde de terça-feira (12), acredita que a enfermeira que aplicou a injeção na menina a confundiu com outra criança, chamada Evelin. Ela afirma que a filha passou mal após receber a medicação, que teria sido receitada para a outra paciente. O bebê foi enterrado na manhã desta quarta-feira (13), em Goianápolis, onde morava.
Thays Oliveira conta que ao lado do quarto de Emily tinha outro bebê que se chamava Evelin. "A hora que a enfermeira entrou no quarto ela falou assim ‘Quem é Evelin?’. Eu disse que a Evelin estava no outro quarto. Ela passou direto com a bandeja de remédio. Depois ela voltou e disse ‘A Emily tem medicamento agora’. Daí eu falei que ela não tinha remédio, pois tomou os medicamentos na parte da manhã e o médico falou que era só à noite. Então, a enfermeira disse: ‘Está escrito no prontuário que ela tem que tomar esse remédio aqui para melhorar a tosse dela’", lembra Thays.
A mãe de Emily disse ainda que, antes da profissional dar o medicamento, chegou a suspeitar que a enfermeira pudesse estar enganada ao aplicar na filha um remédio de cor amarela em vez de branca, como era de rotina.
"Acho que foi medicamento errado, não tem lógica. A minha filhinha estava boa, brincando, rindo. Só foi aplicar o remédio na veia dela, ela roxeou a boca, virou os olhos. Ela caiu", lembra Thays.
Procurada pela reportagem, a direção do Hospital da Criança de Anápolis informou que só vai se pronunciar sobre o caso depois que sair o laudo do Instituto Médico Legal (IML). O documento deve ficar pronto em 30 dias.
Velório
Os pais de Emily estavam muito abalados durante o velório da menina nesta quarta-feira, em Goianápolis. Emily era filha única do casal, que lutava há dois anos para engravidar.
O pai, Thiago Oliveira, ficou o tempo todo ao lado do corpo do bebê, debruçado no caixão. Já a mãe acompanhou o velório sentada, pois não conseguia ficar em pé.
Na certidão de óbito de Emily consta que a morte ainda não foi esclarecida. A polícia investiga se houve erro médico. "É um caso muito complexo. Para definir a responsabilização criminal do médico, do hospital ou da enfermeira há que se esperar o laudo do IML", afirma o delegado Manoel Vanderic. O responsável por investigar o caso informou ainda que já foi instaurado inquérito policial na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.
Bebê que morreu após injeção em Anápolis foi enterrado em Goianápolis, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Pai não saiu ao lado do corpo da filha durante o velório (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Emily Vitória foi internada na segunda-feira (11), com princípio de pneumonia. Um dia depois, quando já estava melhor, uma enfermeira do hospital aplicou uma injeção e, imediatamente, a bebê começou a passar mal, contou a mãe da menina.
Segundo Thays, a enfermeira teria dito que aplicaria um antibiótico na criança. No entanto, a mãe acredita que ela tenha aplicado o remédio errado.
Aos prantos, o pai da criança, Thiago Souza, relatou como Emily Vitória foi levada ao hospital: “Ela estava só com uma dorzinha no peito. Estava gripada, resfriada e minha esposa trouxe ela para cá”.
Sem UTI
Com o hospital não tem Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) teve de ser acionado. Pacientes contam que ligaram inúmeras vezes, mas o socorro não apareceu.
“Muitas pessoas ligaram e eles [Samu] não vieram. Foi negligência da enfermeira, mas foi negligência deles também, que tinham a aparelhagem e não deram o socorro”, diz a administradora Raiane Ferreira Rocha.
Quase uma hora depois da morte da menina, uma ambulância chegou ao hospital, mas para atender a mãe da criança, que havia desmaiado. A família pede justiça.
O diretor-geral do Samu, Sérgio Marques, disse que o serviço não fez o transporte da criança porque ela estava em parada cardíaca e a unidade não pode transportar pacientes em reanimação. Informou também que o Samu ofereceu um médico para ajudar na reanimação, mas a menina morreu antes do hospital responder sobre a proposta.
Bebê de 9 meses morre em hospital e família acusa erro médico, em Anápolis (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Pais choram na porta do hospital; Thays, de vermelho, desmaiou (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
 
Fonte : G1

domingo, 10 de março de 2013

CORREIO | O QUE A BAHIA QUER SABER: Médica do Samu é presa com dedos silicones; material era usado para bater ponto de colegas

CORREIO | O QUE A BAHIA QUER SABER: Médica do Samu é presa com dedos silicones; material era usado para bater ponto de colegas

Mãe e filho morrem no parto e família pede apuração de erro médico na BA

Uma jovem de 22 anos e o filho que ela teria morreram no momento do parto, na cidade de Itabela, região sul da Bahia. A fatalidade ocorreu na terça-feira (5) e, de acordo com a família, o mal atendimento médico é uma das causas. Apesar da gravidez de risco, Osana de Oliveira Lima tinha realizado os exames do pré-natal e não foi apontado problemas na gravidez.
Ela foi atendida no Hospital Frei Ricardo, em Itabela, após sentir fortes dores de cabeça e na coluna na segunda-feira (4). No entanto, por conta da gravidez de risco, a jovem foi transferida para o Hospital Regional de Eunápolis, cidade vizinha, para que fosse realizado um parto cesariano.
"Chegando lá a gente teve um péssimo atendimento, o recepcionista me chamou de mentirosa, disse que ela não estava sentindo dor, me tratou super mal. O doutor nem se quer olhar os exames dela olhou. Deu duas injeções e mandou ela para casa", disse Rosiléia Dias, cunhada da vítima.
Ainda de acordo com a família, na noite de terça-feira (5), as dores aumentaram e a jovem retornou ao hospital. Cerca de duas horas depois, ela morreu.
Segundo o laudo do hospital, as causas da morte da mãe foram insuficiência respiratória aguda, anemia e hemorragia pós-parto. Já o bebê foi detectado com insuficiência respiratória.
A família da jovem alega negligência do hospital e cobra "justiça". "Eu perdi uma pessoa que era a primeira pessoa da minha vida, depois de Deus, agora ficamos eu e minha filha, só", lamentou o marido de Osana, Valdemir Souza.
A direção do Hospital Regional de Eunápolis informou que só irá se pronunciar sobre o caso após apurar todas as informações sobre as causas da morte de mãe e filho.

Fonte G1

Médicos são condenados a pagar R$ 67.800 por erro em diagnóstico em SC

Dois médicos e um hospital de Imaruí, no Sul catarinense, foram condenados a pagar 100 salários mínimos ao filho de uma mulher que morreu de meningite, por demora no diagnóstico da doença. No total, eles terão que pagar R$ 67.800 por danos morais, contados a partir de 2004, quando a mãe do responsável pela ação morreu. Os réus também terão que pagar pensão alimentícia até que o filho da vítima complete 25 anos de idade, incluindo o 13º salário. De acordo com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, ainda cabe recurso da decisão.
A sentença foi proferida por decisão unânime da 3ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, no dia 25 de fevereiro e publicada em 4 de março de 2013. Os desembargadores confirmaram a decisão já determinada pela Comarca de Imaruí, que foi contestada por um dos acusados. De acordo com o relator, o desembargador Fernando Carioni, houve negligência no atendimento da paciente.
Cerca de cinco dias antes da morte, ela deu entrada em uma unidade hospitalar alegando sentir dores no braço e na coluna. Segundo a sentença, a mulher só foi internada após insistência da família. O médico plantonista passou o caso para outro profissional que diagnosticou problemas psiquiátricos, pois a paciente apresentou estado emocional alterado, conforme o relatório da sentença judicial. A vítima foi transferida para um hospital psiquiátrico de Criciúma e, depois, levada para outra unidade hospitalar da cidade, onde foi constatada meningite bacteriana.
Conforme descrito no processo, o médico que recorreu da decisão da Comarca de Imaruí afirmou que a mulher não tinha sinais clínicos de doença grave. Além disso, informou à ela e aos familiares que o hospital não possuía exames de laboratório e equipamentos para realizar os exames necessários durante finais de semana.Para o relator, houve negligência do profissional em apurar os sintomas.
Na sentença, o relator descreveu um trecho do prontuário médico. O documento indicava que a mulher apresentava gemência, dores e calor pelo corpo. Carioni alega que não foram realizados todos os exames necessários para verificar o real estado de saúde da paciente. Para ele, seria necessário realizar um atendimento mais apurado. “É indubitável que houve inércia da equipe médica para providenciar a transferência da doente para um local com mais recursos. Para agravar a situação, quando o apelante retornou ao hospital no dia seguinte, levou a cabo a transferência da paciente para um hospital psiquiátrico, sendo que ela nunca havia apresentado nenhuma manifestação de perturbação mental, de acordo com o relato das testemunhas”, concluiu o relator.
 
Fonte G1