quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Pacientes reclamam da espera por uma cirurgia no Into Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/pacientes-reclamam-da-espera-por-uma-cirurgia-no-into-13671162.html#ixzz3B1eFBqDL

RIO — Apesar de ter sido operado no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) há dois anos, o aposentado Geraldo Dias de Andrade, de 49 anos, ainda não encontrou a solução para as dores que sente na perna direita. Vítima de uma acidente de trânsito, há quinze anos, que o levou a se aposentar por invalides, Geraldo enfrenta uma viagem de cerca de quatro horas para sair de Santo Antônio de Pádua, no Norte Fluminense, até o Centro do Rio, na esperança de conseguir realizar uma cirurgia que acabe com as dores que sente. Nesta quarta-feira, ele foi ter uma consulta no instituto, mas a médica não estava lá.
— Remarcaram a consulta sem dar satisfação. Eu faço tratamento há cinco anos no Into e até já fui operado. Mas, ao invés de resolver, meu problema acabou piorando: o osso da minha perna ficou deslocado e deu artrose — reclamou.
Apesar da demora para marcar uma nova cirurgia, o aposentado elogiou a qualidade dos médicos do instituto. A cozinheira Janette Mello, de 58 anos, também não pode mais trabalhar por causa de problemas nas duas mãos e em um joelho e já está sentindo as consequências da longa fila para conseguir ser operada. Ela aguarda desde 2010. Sem a operação para resolver a perda de cartilagem no joelho esquerdo, Janette acaba forçando o direito, que ficou lesionado. Além disso, as dores na mãos aumentaram e os remédios já não estão surtindo efeito.
— Há quatro anos que eu venho ao Into todas as semanas para tentar ser operada. Cada vez é um médico diferente e eles não conseguiram resolver nem o problema nas minhas mãos, que exigem uma cirurgia mais simples — contou a moradora de São Gonçalo.
Para pressionar o Into a resolver o problema da longa espera dos pacientes, a Defensoria Pública da União entrou na Justiça com uma ação civil pública para que seja apresentado, no prazo de 160 dias, um plano para fazer, em dois anos, cirurgias e procedimentos médicos em 14.077 pacientes que aguardam na fila do instituto. Mais de 53% deles têm mais de 60 anos e alguns esperam há 11 anos.
O Into informou que ainda não foi notificado pela Defensoria, mas informou que algumas das exigências já estão sendo cumpridas. As filas já estão sendo reavaliadas desde o ano passado e o sistema foi informatizado em 2004. A abertura de concurso público, entretanto, só pode ser feita pelo Ministério da Saúde. Segundo o diretor do instituto, o cirurgião ortopedista João Matheus Guimarães, a fila de mas de 14 mil pacientes é de responsabilidade do Sistema Único de Saúde (SUS), cujo gestor é o município.
— Na realidade essa fila não tinha que estar aqui, mas no SUS. Como o Rio foi capital do país, temos uma grande quantidade de hospitais federais. Isso criou um vício em que o gestor municipal passava as cirurgias mais complexas para os hospitais federais. Além disso, um único paciente pode estar em várias filas. Por isso, queremos unificar — disse.
O Into informou que vem adotando uma série de medidas desde 2013 para ampliar e acelerar o atendimento cirúrgico aos pacientes ortopédicos. Dentre as ações a assessoria do instituto destacou os 16 mutirões de cirurgia realizados no Instituto desde 2013; o recadastramento e a revisão de pacientes da lista de espera, além das parcerias com unidades de saúde com serviço de ortopedia, como os hospitais estaduais da Criança e Dona Lindu, no Rio de Janeiro, que também realizam cirurgias. Essas medidas permitiram a redução da fila, que em dezembro de 2012 era de 21 mil pessoas, para 14 mil, sendo 5,2 mil incluídos este ano. Desde 2013, foram realizados 13.497 procedimentos cirúrgicos. Em relação a 2012, houve o aumento de 42% no número de cirurgias. As cirurgias mais complexas — no joelho, quadril e coluna — têm espera mais longa. Operações podem ser adiadas de acordo com a condição do paciente (em caso de diabetes ou hipertensão, por exemplo).


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