quinta-feira, 25 de julho de 2013

Governo pode rever decisão de aumentar curso de Medicina

Edição do dia 24/07/2013 25/07/2013 11h38 O governo já admite rever o programa ‘Mais Médicos’, que aumentaria em dois anos os cursos de medicina. O estágio obrigatório no SUS passaria a contar como residência médica. Já são três entidades médicas brigando na Justiça contra o programa. Segundo especialistas, a proposta de mudança tem sutilezas que podem fazer diferença. Os dois anos finais teriam já como foco a especialidade escolhida pelo médico ou seriam um treinamento mais geral? Tudo isso será discutido no Congresso, que tem quatro meses para analisar a medida provisória. O governo admitiu transformar os dois anos a mais da graduação em residência médica. O assunto, discutido nesta quarta-feira (24) no Conselho Nacional de Educação, já estava previsto na medida provisória, segundo o ministro da Saúde. "O central é mudarmos a formação médica no nosso país hoje. Aumentar o período que o médico em formação tem contato com o paciente fora do hospital, na rede do SUS, acompanhando o mesmo paciente para que ele aprimore a sua formação, seja um médico cada vez melhor e mais experiente, e oferecer residência médica para todos os profissionais”, declarou o ministro da Saúde Alexandre Padilha. “O médico vai se especializar, por exemplo, em pediatria, mas ele já começa trabalhando dois anos obrigatoriamente no SUS para fazer sua formação na residência. Se ele vai ser clínico geral, ele vai trabalhar a atenção básica, sempre no SUS”, explicou o ministro da Educação Aloizio Mercadante. Pela proposta inicial, que pode ser revista, a partir de 2015 o curso de Medicina passaria de seis para oito anos. Os dois últimos seriam de serviço obrigatório no Sistema Único de Saúde. Outra sugestão, feita por escolas médicas, foi a de aumentar, dentro do currículo atual, o internato, fase em que o estudante tem contato com pacientes. O Conselho Nacional de Educação tem seis meses para definir como será a mudança no curso. O programa ganhou um aliado. O representante da Organização Panamericana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde no Brasil, Joaquín Molina, disse que a organização vê com entusiasmo o programa ‘Mais Médicos’. Para a OMS, em longo prazo, os dois anos no Sistema Público de Saúde devem garantir maior equidade no SUS. Não é o que pensam as entidades que representam os médicos. Depois do Conselho Federal e da Federação Nacional dos Médicos, a Associação Médica Brasileira recorreu à Justiça para pedir a suspensão do programa. A AMB, que entrou com ação no Supremo Tribunal Federal, afirma que as medidas não têm urgência e não poderiam ter sido criadas por medida provisória. A associação faz outras críticas: “Não foi discutido com as entidades médicas, com a sociedade civil, com a academia e as universidades. O governo não pode criar dois anos sem discutir com quem forma, que são as universidades, as faculdades de Medicina”, defende Florentino Cardozo, presidente da Associação Médica Brasileira. A Advocacia Geral da União, notificada na quarta pela Justiça Federal, disse que vai prestar os esclarecimentos na sexta-feira (26). Para a AGU, o programa está dentro da lei. “Eu não tenho nenhuma dúvida de que o programa vai ser mantido pelo nosso poder judiciário”; disse o ministro da Advocacia-Geral da União Luís Inácio Adams. Fonte:http://glo.bo/1aKRvgC

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