sábado, 15 de dezembro de 2012

Saiba por que a Grã-Bretanha tem um dos melhores sistemas de saúde

Segundo a OMS, enquanto no Brasil apenas 44% dos gastos com a saúde são bancados pelos cofres públicos, na Grã-Bretanha o governo chega a cobrir 83% das despesas médicas e hospitalares.
O Jornal Nacional está apresentando, nesta semana, uma série de reportagens sobre a formação dos médicos no Brasil, mas nesta quinta-feira (13) o assunto é o ensino de medicina na Grã-Bretanha: um país que tem um dos melhores sistemas públicos de saúde do mundo.
O laboratório é a sala de aula. Nenhum aluno se forma em medicina na Grã-Bretanha sem fazer muita, muita pesquisa. Por isso, todas as universidades do país investem pesado em tecnologia de ponta.
O professor Gerome Breen, do laboratório de psiquiatria da universidade King's College, explica que faculdades e hospitais trabalham integrados no local, e o aluno pesquisa e pratica desde o primeiro dia de aula. Assim, segundo ele, quando o estudante termina o curso, é mais do que um simples médico, é um jovem cientista. E o mais importante: já está empregado.
Todos os médicos no país, quando deixam a universidade, trabalham para o NHS, sigla inglesa que define o sistema nacional hospitalar, equivalente ao SUS no Brasil. Só que o NHS é considerado o melhor sistema de saúde pública do mundo. Permite que os profissionais continuem estudando, se aprimorando. Paga bem. E o mais importante: é o mesmo salário para quem trabalha na capital, Londres, em uma cidade de porte médio ou em um pequeno município isolado. Assim, há bons médicos espalhados por todo o país.
No NHS os salários começam na faixa equivalente a R$ 15 mil por mês. No topo da carreira, por volta dos 40 anos de idade, o médico chega a ganhar R$ 40 mil mensais. Com salários equiparados, muitos até preferem ir para o interior, onde o custo de vida é mais baixo e dá para fazer mais economia.
“Para mim não faz nenhuma diferença trabalhar na capital ou no interior”, diz um estudante. “Longe dos grandes centros pode ser desafiador, uma boa oportunidade para desenvolver algo novo”, conclui.
Professores e estudantes destacam outra característica decisiva do ensino na Grã-Bretanha. No lugar só existem 31 faculdades de medicina para uma população de 60 milhões de habitantes.
“Qualidade não tem nada a ver com quantidade”, garante o professor Breen. Segundo ele, o importante é ter bons e não muitos profissionais, nem sempre à altura do que o cargo exige.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), na Grã-Bretanha tem quase três médicos para cada mil habitantes, e praticamente não há filas nos postos e nem nos hospitais.
Ainda segundo a OMS, enquanto no Brasil apenas 44% dos gastos com a saúde são bancados pelos cofres públicos, na Grã-Bretanha o governo chega a cobrir 83% das despesas médicas e hospitalares.
São poucos os profissionais que arriscam trocar o garantido NHS pelo cada vez mais competitivo sistema privado. Em Londres, os médicos particulares têm endereço nobre, Harley Street. Nessa rua de dois quilômetros, com clínicas dos dois lados, o Jornal Nacional encontrou o Dr. Milton Maltz. Há 33 anos, recém-formado, ele saiu do Rio Grande do Sul para se especializar em cardiologia em uma das melhores universidades de Londres. Graças às notas, foi convidado a ficar. Depois de 20 anos trabalhando para o NHS, arriscou-se na medicina privada. Mas nem por isso tem vida fácil.
''Eu tenho que fazer 50 horas por ano de estudos, tenho que ir para aulas, sou testado todos os anos pela Comunidade Médica de Londres. Você até tem que pegar referência do banco que você tem conta”, detalha ele.
Um sistema de saúde onde todo médico faz questão de trabalhar, e que serve de exemplo para o mundo. Honesto, eficiente, sobretudo, saudável.
fonte G1 Veja a reportagem no link abaixo:

http://glo.bo/UEzsQv

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