quarta-feira, 19 de outubro de 2011

RJ: Drama na sala de cirurgia

Obra que ficou inacabada em unidade do estado deixa hospital municipal superlotado em Itaboraí


A falta de pelo menos mais um centro cirúrgico tem se tornado um drama para os moradores de Itaboraí que precisam ser operados. Os 228.996 habitantes contam com apenas uma unidade pública com centro cirúrgico para atender a demanda: o Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior, inaugurado em 1992. Sobrecarregado de pacientes, o hospital acumula queixas da população por causa das longas filas e da demora no atendimento.

— Minha irmã já precisou fazer uma cirurgia por causa de um acidente de carro e teve que ir pra São Gonçalo. É uma falta de respeito com o morador de Itaboraí — reclama a doméstica Maria José Evangelisa, 47 anos.

Em 2004, a então governadora Rosinha Garotinho inaugurou o Hospital Estadual João Batista Cáffaro com a promessa de um centro cirúrgico. Oito anos depois, a promessa continua sendo dívida, conforme foi denunciado na coluna Extra, Extra, da jornalista Berenice Seara, na edição de ontem.

Segundo a secretaria de Saúde do estado, no local só havia iluminação e mesas cirúrgicas. A atual gestão, então, traçou um perfil da região e constatou a necessidade de uma UTI.

Transferências

"A unidade dispõe de uma sala de trauma, onde o paciente recebe os primeiros-socorros, é estabilizado e encaminhado para os hospitais estaduais de referência da região, que podem ser o Azevedo Lima ou o Alberto Torres, ambos com centro cirúrgico", diz em nota a secretaria. Os hospitais ficam em Niterói e em São Gonçalo, respectivamente.

Segundo o secretário de saúde de Itaboraí, César Alonso, o único centro cirúrgico do município atende a 20 pessoas por dia (600 por mês).

— O hospital municipal não suporta essa sobrecarga. Estamos numa situação desesperadora em relação assistência médica — afirma. Ele acrescenta ainda que passam diariamente pela unidade 600 pessoas, quase o dobro do suportado.

— Aqui no municipal sabemos que tem médico. E aí o pessoal vem direto para cá — relata a cozinheira Dorinei Maria da Conceição. (Hieros Vasconcelos - Extra Online)

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