sábado, 30 de outubro de 2010

Atendimento médico só com a intervenção da justiça

..Enviado por Letícia Vieira - 29.10.2010
7h00m.Demora no atendimento

Pai de vítima da chacina da Baixada vai à Justiça para obter cirurgia

O pai de uma das vítimas da chacina da Baixada Fluminense, que aconteceu no último domingo, teve que recorrer à Justiça para que o filho fosse operado. O segurança Carlos Alberto Morais obteve uma liminar do juiz de plantão Luís André Bruzzi, que garante a transferência do filho, Felipe Consentino Morais, de 19 anos, do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes para o Hospital Geral de Bonsucesso. Atingido por um tiro no rosto, Felipe precisa de um cirurgia buco maxilo facial.

O ataque comandado pelo traficante Vinicius Anselmo de Araújo da Luz, de 28 anos, provocou a morte de seis pessoas e deixou feridas outras nove. O criminoso não se conformou com o fato de ter sido trocado por outro homem pela namorada, enquanto esteve preso.

De acordo com o pai do paciente, o hospital informara que não havia condições de Felipe ser operado na unidade.
— Estávamos sem informação sobre o estado de saúde do Felipe desde domingo. Precisava falar com um neurologista, mas não conseguia. O prontuário do meu filho estava vazio. Me disseram que não teriam condições de fazer a cirurgia no hospital — afirmou Carlos Alberto.

O segurança disse que, depois de ter denunciado o caso à imprensa, o hospital mudou a versão.

 Agora, dizem que têm um dos melhores cirurgiões e transferiram o Felipe da emergência para a enfermaria — contou.

Hospital mantém paciente internado
Até o início da noite de ontem, Felipe Consentino continuava internado no Hospital Adão Pereira Nunes. De acordo com a decisão judicial, se o jovem não for transferido, o estado e o município do Rio terão que pagar multa diária de R$ 5 mil. A liminar previu ainda a possibilidade de internação do paciente numa unidade particular, caso não haja leitos disponíveis.
O diretor do hospital, Manoel Moreira, informou que o quadro do paciente não permitia a operação imediata.
“A cirurgia não foi realizada ainda porque, em casos como esse, é necessário primeiro esperar a redução do edema. Moreira ressalta ainda que o procedimento ocorrerá tão logo que seja possível”, informou a nota da Secretaria estadual de Saúde.

Diante da mudança do atendimento, Carlos Alberto decidiu aguardar os procedimentos do hospital:

— Me disseram que ele está sendo medicado e mostraram a tomografia. Acho que começaram a tratá-lo como ser humano.

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